VISITA
PASTORAL
Tem
estado a decorrer, nas paróquias de Luso e Pampilhosa, a Visita Pastoral do
Bispo Diocesano a estas comunidades paroquiais. Visita que, nos próximos meses,
se estenderá também às demais paróquias da Unidade
Pastoral da Mealhada.
É
específico da Visita Pastoral o acolhimento do Bispo que vem ao nosso encontro,
enquanto sucessor dos Apóstolos e continuador da missão de Cristo Mestre,
Sacerdote e Pontífice, missão que o próprio Cristo confiou aos Seus discípulos,
e que agora se realiza numa Igreja Local, como a de Coimbra, a que pertencemos,
em atitude de fé, pois só nela compreendemos o significado humano e espiritual
de tal Visita. Contudo, esta atitude mais profunda vive-se no encontro
fraterno, próximo e amigo, que o Bispo estabelece com cada um dos seus
diocesanos. Sem descurar, depois, o encontro sacramental, que se expressa
fundamentalmente nas celebrações litúrgicas a que o Bispo Diocesano preside a
favor das comunidades que visita.
Ora,
esta Visita Pastoral, na sua primeira fase, foi marcada exatamente por isso
mesmo: reconhecendo a identidade e a missão do Bispo Diocesano, este foi
acolhido com imenso carinho e reconhecimento por parte das comunidades
paroquiais. Mas, de igual modo, o Bispo Diocesano apresentou-se entre nós numa
atitude muito próxima, de grande simplicidade e afabilidade no trato, numa
atitude – permanentemente reafirmada – de quem vem para estar com os seus
diocesanos. Os dois dias de visita, já vividos, foram intensos, não apenas pelo
programa, mas pela densidade humana e de fé que as comunidades puderam
experimentar.
Mas,
para além da comunidade crente – as comunidades paroquias, suas capelanias,
seus serviços e ministérios –, também a comunidade civil quis acolher com
enorme afabilidade o Bispo Diocesano. Registe-se a extraordinária receção e
empenhamento das entidades civis, das empresas e das associações sociais,
culturais, recreativas e desportivas, no acolhimento ao Bispo Diocesano. Se,
por um lado, há o reconhecimento da missão do Bispo e da sua representação
institucional; há, por outro, um acolhimento vivido na partilha da identidade e
da vivência das comunidades, que nestas instituições, serviços e associações,
tem a sua expressão mais profunda. Releve-se, todavia, como essencial a
capacidade de alargamento de horizontes, com a perspetiva de que todos servimos
as mesmas pessoas, na complementaridade, procurando a sua formação integral e o
seu desenvolvimento harmónico, seja pessoal ou comunitariamente. Quando hoje se
recoloca a questão da secularização e da separação de algumas entidades
públicas face à Igreja, reconhecemos que, sem molestar essa separação positiva
e a legítima autonomia de cada um, a nossa cooperação é sempre um bem mais precioso.
Foi isso também que esta Visita revelou já, incentivando-nos a todos a
construirmos comunidades mais coesas, que vivem em cooperação, no respeito pela
legitimidade e pelo serviço específico de cada instituição.
Neste
sentido, é hora de assumirmos esta legítima autonomia das entidades locais, mas
reforçando sempre os laços de comunhão que nos permitem sermos mais fortes – no
serviço às pessoas e às comunidades.
A
Visita Pastoral torna-se, assim, um momento singular de reforço da vivência da
fé cristã, para as comunidades crentes, mas também um momento de encontro entre
todos e de estímulo a cada um no seu contributo para o bem comum.
Estando ainda a decorrer, esperamos que esta Visita Pastoral seja um dom
para todos, irmanando-nos nos ideais humanos mais profundos e numa comunhão
autenticamente fraterna que nos faça sentir corresponsáveis pelo bem uns dos
outros.
Pampilhosa, 01 de Março de 2018
Pe. Carlos Alberto G. Godinho
(77ª Reflexão)