sábado, 4 de agosto de 2018


VISITA PASTORAL
 
   Tem estado a decorrer, nas paróquias de Luso e Pampilhosa, a Visita Pastoral do Bispo Diocesano a estas comunidades paroquiais. Visita que, nos próximos meses, se estenderá também às demais paróquias da Unidade Pastoral da Mealhada.

   É específico da Visita Pastoral o acolhimento do Bispo que vem ao nosso encontro, enquanto sucessor dos Apóstolos e continuador da missão de Cristo Mestre, Sacerdote e Pontífice, missão que o próprio Cristo confiou aos Seus discípulos, e que agora se realiza numa Igreja Local, como a de Coimbra, a que pertencemos, em atitude de fé, pois só nela compreendemos o significado humano e espiritual de tal Visita. Contudo, esta atitude mais profunda vive-se no encontro fraterno, próximo e amigo, que o Bispo estabelece com cada um dos seus diocesanos. Sem descurar, depois, o encontro sacramental, que se expressa fundamentalmente nas celebrações litúrgicas a que o Bispo Diocesano preside a favor das comunidades que visita.

   Ora, esta Visita Pastoral, na sua primeira fase, foi marcada exatamente por isso mesmo: reconhecendo a identidade e a missão do Bispo Diocesano, este foi acolhido com imenso carinho e reconhecimento por parte das comunidades paroquiais. Mas, de igual modo, o Bispo Diocesano apresentou-se entre nós numa atitude muito próxima, de grande simplicidade e afabilidade no trato, numa atitude – permanentemente reafirmada – de quem vem para estar com os seus diocesanos. Os dois dias de visita, já vividos, foram intensos, não apenas pelo programa, mas pela densidade humana e de fé que as comunidades puderam experimentar.

   Mas, para além da comunidade crente – as comunidades paroquias, suas capelanias, seus serviços e ministérios –, também a comunidade civil quis acolher com enorme afabilidade o Bispo Diocesano. Registe-se a extraordinária receção e empenhamento das entidades civis, das empresas e das associações sociais, culturais, recreativas e desportivas, no acolhimento ao Bispo Diocesano. Se, por um lado, há o reconhecimento da missão do Bispo e da sua representação institucional; há, por outro, um acolhimento vivido na partilha da identidade e da vivência das comunidades, que nestas instituições, serviços e associações, tem a sua expressão mais profunda. Releve-se, todavia, como essencial a capacidade de alargamento de horizontes, com a perspetiva de que todos servimos as mesmas pessoas, na complementaridade, procurando a sua formação integral e o seu desenvolvimento harmónico, seja pessoal ou comunitariamente. Quando hoje se recoloca a questão da secularização e da separação de algumas entidades públicas face à Igreja, reconhecemos que, sem molestar essa separação positiva e a legítima autonomia de cada um, a nossa cooperação é sempre um bem mais precioso. Foi isso também que esta Visita revelou já, incentivando-nos a todos a construirmos comunidades mais coesas, que vivem em cooperação, no respeito pela legitimidade e pelo serviço específico de cada instituição.

   Neste sentido, é hora de assumirmos esta legítima autonomia das entidades locais, mas reforçando sempre os laços de comunhão que nos permitem sermos mais fortes – no serviço às pessoas e às comunidades.

   A Visita Pastoral torna-se, assim, um momento singular de reforço da vivência da fé cristã, para as comunidades crentes, mas também um momento de encontro entre todos e de estímulo a cada um no seu contributo para o bem comum.

   Estando ainda a decorrer, esperamos que esta Visita Pastoral seja um dom para todos, irmanando-nos nos ideais humanos mais profundos e numa comunhão autenticamente fraterna que nos faça sentir corresponsáveis pelo bem uns dos outros.

Pampilhosa, 01 de Março de 2018
Pe. Carlos Alberto G. Godinho
(77ª Reflexão)