quarta-feira, 26 de novembro de 2008

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Nuno Álvares Pereira

Celebramos hoje a Memória Litúrgica de Beato Nuno de Santa Maria. Este nome deriva da sua opção pela vida religiosa, no Convento do Carmo, em Lisboa, que ele manda fundar e onde professa a 15 de Agosto de 1423. Ali permaneceria até às sua morte, que ocorre a 1 de Novembro de 1431. Mas este insigne Beato Português foi o insigne Condestável Nuno Álvares Pereira. Condestável (Conde do Estábulo), assim nomeado por D. João I, em 1385, titulo que lhe é atribuido indicando o mais alto cargo militar da sua época. Este título advém-lhe da sua missão militar, que ele afirmou exemplarmente em vários momentos da sua vida, sobressaindo nas batalhas de Aljubarrota e de Valverde - que lhe mereceram a referida distinção.
Admira-me, contudo, é como este homem que sobe ao mais alto posto militar; que é detentor de grande riqueza, proveniente da sua condição; íntimo da Corte Real, que serviu com lealdade e dedicação; vem depois a adandonar tudo para se fazer um simples irmão leigo carmelita, numa total doação da sua vida a Deus, recolhido em oração. Como hoje referia, na Eucaristia, é um dos modelos de homem que sabe descobrir o bem maior e a ele entregar toda a sua vida. Lá longe, na história, a sua vida continua a ser o espelho que brilha e nos indica a verdadeira Luz, que é Cristo, o único Senhor.
Tenho ainda um afecto especial por este Santo da Igreja (a sua visão beatífica é já sinal de santidade) pois nasceu em Cernache do Bonjardim, a 24 de Julho de 1360, num concelho que pega com o meu. Além disso, a sua família, particularmente o seu irmão Rodrigo Álvares Pereira, detinha propriedade própria na minha freguesia. Por isso a memória deste santo, enquadrado no seu contexto familiar, me faz senti-lo mais próximo de mim.
Que ele, bem aventurado, interceda por nós e nos permita descobrir o bem maior - Cristo a quem descobriu como sua maior riqueza!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Barack Obama!

Os Estados Unidos da América fizeram história, neste final de 2008. Ao eleger Barack Obama como seu Presidente, demonstram-nos a maturidade de uma democracia, que sabe «mudar» quando é necessário. Barack Obama sempre me entusiasmou neste percurso a caminho da Casa Branca - a sua credibilidade, a sua verticalidade, o seu rigor ético, uma imagem clara de um homem atento aos desfavorecidos, alia-se à sua afabilidade, à sua presença, aos seus dotes de bom comunicador. Acredito que esta «mudança» nos Estados Unidos será uma hora de esperança para todos. Além disto, os Estados Unidos mostraram-nos que já é hora de ultrapassar definitivamente qualquer divisão de raça, de credo, ou de qualquer outra realidade que separe os homens entre si. Barack Obama, que vale por si, pela sua credibilidade, pelo seu rigor, não deixa, no entanto, de introduzir este elemento novo: por ser afro-americano torna-se um símbolo de uma fraternidade nova. Ainda que eu não desejasse ter de considerar este elemento, a verdade é que é hora de reconhecer que cada homem é irmão e não há lugar para divisões que assentem em preconceitos. Barack Obama será um símbolo de um tempo novo! Que agora, a partir de Janeiro próximo, este homem possa contribuir para uma sociedade mais justa, mais equitativa, mais humana, mais fraterna. Essa é a nossa esperança! «Yes, we need!»

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Sondagem do Blogue: «Qual a maior necessidade da Igreja, hoje?»


Desde há algum tempo que tinha no meu blogue uma sondagem sobre «Qual a maior necessidade da Igreja, hoje?»
O resultado final, após algumas pequenas variações, confirma a tendência inicial. Aqui fica o resultado:

1º - Desenvolver uma espiritualidade mais profunda - 18 votos (30%);

2º - Adequar a linguagem aos novos tempos - 17 votos (28%);

3º - Promover a formação cristã - 16 votos (27%);

4º - Rever conceitos morais - 6 votos (10%);

5º - Reunir um novo Concílio - 2 votos (3%).

Sem pretender fazer qualquer leitura exaustiva, devo considerar que os três primeiros aspectos se aproximam muito, uma vez que a variação entre eles é miníma. Em segundo lugar, confirmando a mesma tendência expressa noutros âmbitos, o elemento que maior relevo assume é precisamente a necessidade de uma espiritualidade mais profunda. Torna-se este um desafio interessante ao nosso modo de assumir a missão da Igreja e sua fundamentação. Ao mesmo tempo, poderá ser um sinal maior a exigir uma outra profundidade na vida da Igreja. Curioso, também, é o facto de muito poucos expressarem a necessidade de se reverem conceitos morais. E menos ainda a considerar a necessidade de reunir um novo Concílio. Óbviamente que este é um espaço aberto a todos e é sempre impossível definir o perfil de quem consulta o blogue. Numa perspectiva pessoal, foi de grande utilidade esta sondagem. Ainda que não muito expressiva, em termos de número de participantes, uma vez que expressaram a sua opinião apenas 59 pessoas, fica como uma amostragem muito curiosa.
Neste sentido, agradeço, portanto, a todos os que se dignaram participar.

Pe. Carlos Godinho