quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Nuno Álvares Pereira

Celebramos hoje a Memória Litúrgica de Beato Nuno de Santa Maria. Este nome deriva da sua opção pela vida religiosa, no Convento do Carmo, em Lisboa, que ele manda fundar e onde professa a 15 de Agosto de 1423. Ali permaneceria até às sua morte, que ocorre a 1 de Novembro de 1431. Mas este insigne Beato Português foi o insigne Condestável Nuno Álvares Pereira. Condestável (Conde do Estábulo), assim nomeado por D. João I, em 1385, titulo que lhe é atribuido indicando o mais alto cargo militar da sua época. Este título advém-lhe da sua missão militar, que ele afirmou exemplarmente em vários momentos da sua vida, sobressaindo nas batalhas de Aljubarrota e de Valverde - que lhe mereceram a referida distinção.
Admira-me, contudo, é como este homem que sobe ao mais alto posto militar; que é detentor de grande riqueza, proveniente da sua condição; íntimo da Corte Real, que serviu com lealdade e dedicação; vem depois a adandonar tudo para se fazer um simples irmão leigo carmelita, numa total doação da sua vida a Deus, recolhido em oração. Como hoje referia, na Eucaristia, é um dos modelos de homem que sabe descobrir o bem maior e a ele entregar toda a sua vida. Lá longe, na história, a sua vida continua a ser o espelho que brilha e nos indica a verdadeira Luz, que é Cristo, o único Senhor.
Tenho ainda um afecto especial por este Santo da Igreja (a sua visão beatífica é já sinal de santidade) pois nasceu em Cernache do Bonjardim, a 24 de Julho de 1360, num concelho que pega com o meu. Além disso, a sua família, particularmente o seu irmão Rodrigo Álvares Pereira, detinha propriedade própria na minha freguesia. Por isso a memória deste santo, enquadrado no seu contexto familiar, me faz senti-lo mais próximo de mim.
Que ele, bem aventurado, interceda por nós e nos permita descobrir o bem maior - Cristo a quem descobriu como sua maior riqueza!