terça-feira, 26 de maio de 2009

Ano Sacerdotal!

Prestes a iniciarmos um «Ano Sacerdotal», instituído pelo Papa Bento XVI, por ocasião da celebração dos 150 anos da morte de S. João Maria Vianney, o Santo Cura d'Ars, julgo que esta será uma óptima oportunidade para (re)pensar aspectos essenciais da vida sacerdotal. Sem os desenvolver agora, não deixo de referir alguns:


1. A identidade do sacerdote;

2. A espiritualidade sacerdotal;

3. A formação teológica do sacerdote e sua contínua reactualização:

4. Os novos desafios da prática pastoral, como resposta ao «hoje» da Igreja e do Mundo;

5. A pertença a um Presbitério;

6. Novos caminhos para a comunhão e serviço presbiteral;

7. Pastoral vocacional em ordem ao exercício do Ministério Ordenado.

Cada um deste campos será, por certo, motivo profundo de reflexão. Espero eu próprio fazê-la ao longo do ano, porventura partilhando-a aqui. Julgo que este será um momento excepcional de graça para os sacerdotes e para a Igreja. Tanto mais que ser padre, hoje, nos lança desafios tão profundos quanto renovados - na linguagem, no estilo de vida, na comunhão sacerdotal, na capacidade de resposta às inquietações do homem hodierno... Em suma, na capacidade de no aqui e agora - como noutros tempos! - sermos as «actuais» testemunhas de Cristo Bom Pastor!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Obrigado à abstenção!

É curioso como o nosso sistema eleitoral ainda obriga alguns cidadãos a abster-se de votar em alguns dos actos eleitorais. Será esta a minha situação - que me indigna! - no próximo dia 7 de Junho. Na verdade, eu mantenho residência oficial em Águas Belas - Ferreira do Zêzere; mas, por dever de trabalho, resido habitualmente no Luso. Tendo contactado os serviços respectivos da «Direcção Geral da Administração Interna», é-me confirmado que apenas posso votar no espaço de residência oficial! Reserva-se o voto antecipado apenas para um conjunto muito restrito de actividades profissionais, onde não se encaixa a minha situação pessoal. Ora, mantendo residência oficial num espaço que me é habitual e não num outro que, de momento, me é necessário; impossibilitado de me deslocar - por razões de disponibilidade de tempo - à minha mesa de voto; impossibilitado de votar antecipadamente; resta a alternativa: não votar! E eu constato como é curioso este sistema. A proposta que me é feita seria a de alterar a minha residência. Mas como hoje estou aqui e amanhã não estarei, julgo que não devo proceder a tal alteração. Conclusão: porque tenho a (in) felicidade de ser padre - e, portanto, de «trabalhar» ao domingo - apenas voto quando tiver tempo livre para me deslocar! De resto, esta questão dos padres poderá ser semelhante a muitas outras actividades!... O direito de cidadania fica assim limitado! Tanto mais que quando foram marcadas as eleições já eu tinha agenda feita para aquele dia! Não seria de avançar - de vez! - com um sistema de voto electrónico e que as pessoas votassem onde se encontram? Já que tanto temos avançado em termos de informatização de serviços, porque não informatizar esta valorização da cidadania? Fica aqui o meu reparo!

terça-feira, 12 de maio de 2009

A Catequese!

Entre os muitos «problemas» que a Catequese enfrenta nos dias de hoje, parece-me que o fundamental é o facto de se pretender fazer «Mistagogia» sem que exista um verdadeiro «primeiro anúncio». Na verdade, a Catequese continua a pressupôr a intervenção dos pais como agentes desta primeira evangelização, reservando-se, depois, para a compreensão dos grandes mistérios da fé. Ora, como hoje os pais não realizam este primeiro anúncio, ou o realizam com particular dificuldade, a Catequese falha a sua orientação! Necessitamos, portanto, de rever todo o processo. A Catequese tem de inserir na sua dinâmica um espaço de claro e inequívoco primeiro anúncio, que seja preparação para a clebração dos sacramentos e verdadeira conversão à vida cristã. Só depois poderá continuar a desenvolver-se, esclarecendo todas as componentes desta mesma vivência. Não será certamente por acaso que o Arcebispo de Évora, D. José Alves, desafia a Igreja em Portugal a repensar o processo catequético, de modo a que ele forme na fé, insira na comunidade e, igualmente, insira na prática sacramental. É que a falta de prática sacramental é uma evidência desta falha - sem prática sacramental não há verdadeira vida cristã; não há conversão; não há consciência de se ser discípulo. Todos nós conclímos que a nossa Catequese forma teóricamente (quando forma!...), mas não existencialmente. Necesitamos de inverter este processo!