Entre os muitos «problemas» que a Catequese enfrenta nos dias de hoje, parece-me que o fundamental é o facto de se pretender fazer «Mistagogia» sem que exista um verdadeiro «primeiro anúncio». Na verdade, a Catequese continua a pressupôr a intervenção dos pais como agentes desta primeira evangelização, reservando-se, depois, para a compreensão dos grandes mistérios da fé. Ora, como hoje os pais não realizam este primeiro anúncio, ou o realizam com particular dificuldade, a Catequese falha a sua orientação! Necessitamos, portanto, de rever todo o processo. A Catequese tem de inserir na sua dinâmica um espaço de claro e inequívoco primeiro anúncio, que seja preparação para a clebração dos sacramentos e verdadeira conversão à vida cristã. Só depois poderá continuar a desenvolver-se, esclarecendo todas as componentes desta mesma vivência. Não será certamente por acaso que o Arcebispo de Évora, D. José Alves, desafia a Igreja em Portugal a repensar o processo catequético, de modo a que ele forme na fé, insira na comunidade e, igualmente, insira na prática sacramental. É que a falta de prática sacramental é uma evidência desta falha - sem prática sacramental não há verdadeira vida cristã; não há conversão; não há consciência de se ser discípulo. Todos nós conclímos que a nossa Catequese forma teóricamente (quando forma!...), mas não existencialmente. Necesitamos de inverter este processo!