"Sobre o livro sagrado, eu costumo dizer: lê a Bíblia e perde a fé!", disse o escritor, numa entrevista concedida à Lusa, a propósito do lançamento mundial do seu novo livro, intitulado Caim, este domingo, em Penafiel.
"A Bíblia passou mil anos, dezenas de gerações, a ser escrita, mas sempre sob a dominante de um Deus cruel, invejoso e insuportável. É uma loucura!", afirma o Nobel da Literatura de 1998, para quem não existe nada de divino na Bíblia, nem no Corão.
Para o Nobel da Literatura, o seu novo livro não vai escandalizar os católicos, mas admitiu que poderá gerar reacções entre os judeus.
"Na Igreja Católica não vai causar problemas porque os católicos não lêem a Bíblia, só a hierarquia, e eles não estão para se incomodar com isso. Admito que o livro possa incomodar os judeus, mas isso pouco me importa", disse.
Com Caim, Saramago regressa ao tema religioso, contando, em tom irónico e jocoso, a história de Caim, filho primogénito de Adão e Eva, quase duas décadas após o escândalo provocado pela sua obra "O Evangelho segundo Jesus Cristo" (1991).
Uma vez mais, Saramago! Ainda não li o livro ( que está para sair); mas pelas afirmações feitas, nem Saramago percebe nada de Teologia Bíblica, nem muito menos da imagem de Deus que (mesmo) o Antigo Testamento veicula. Na verdade, no A.T., não se pode identificar uma imagem de Deus terrível, mas sim uma imagem da humanidade terrivel! Efectivamente, sendo história de um Povo - o Povo de Israel - não deixa de ser um «retrato» da nossa humanidade! O Deus do Antigo Testamento não é terrivel; ao invés, liberta, ama, salva, como um pai, como uma mãe, como um pastor, como um rei.... Numa coisa Saramago tem razão: o desconhecimento da Bíblia é muito grande! E ele - parece-me - em vez de clarificar a verdade profunda do que o texto bíblico encerra, usa a ignorância para promover a sua obra! Na verdade, as temáticas «contra a religião» ainda vendem! Falta-nos é quem procure a verdade dos factos. E não me parece que Saramago tenha algum interesse em fazê-lo. Estou á espera para ver o que nos propõe como uma narrativa que parte de uma bela «história» (metáfora) da natureza humana. É que, na verdade, a primeira parte dos Génesis sem ser história - no verdadeiro sentido do termo - expressa bem o que é a nossa humanidade: a de ontem e a de hoje!
"A Bíblia passou mil anos, dezenas de gerações, a ser escrita, mas sempre sob a dominante de um Deus cruel, invejoso e insuportável. É uma loucura!", afirma o Nobel da Literatura de 1998, para quem não existe nada de divino na Bíblia, nem no Corão.
Para o Nobel da Literatura, o seu novo livro não vai escandalizar os católicos, mas admitiu que poderá gerar reacções entre os judeus.
"Na Igreja Católica não vai causar problemas porque os católicos não lêem a Bíblia, só a hierarquia, e eles não estão para se incomodar com isso. Admito que o livro possa incomodar os judeus, mas isso pouco me importa", disse.
Com Caim, Saramago regressa ao tema religioso, contando, em tom irónico e jocoso, a história de Caim, filho primogénito de Adão e Eva, quase duas décadas após o escândalo provocado pela sua obra "O Evangelho segundo Jesus Cristo" (1991).
Uma vez mais, Saramago! Ainda não li o livro ( que está para sair); mas pelas afirmações feitas, nem Saramago percebe nada de Teologia Bíblica, nem muito menos da imagem de Deus que (mesmo) o Antigo Testamento veicula. Na verdade, no A.T., não se pode identificar uma imagem de Deus terrível, mas sim uma imagem da humanidade terrivel! Efectivamente, sendo história de um Povo - o Povo de Israel - não deixa de ser um «retrato» da nossa humanidade! O Deus do Antigo Testamento não é terrivel; ao invés, liberta, ama, salva, como um pai, como uma mãe, como um pastor, como um rei.... Numa coisa Saramago tem razão: o desconhecimento da Bíblia é muito grande! E ele - parece-me - em vez de clarificar a verdade profunda do que o texto bíblico encerra, usa a ignorância para promover a sua obra! Na verdade, as temáticas «contra a religião» ainda vendem! Falta-nos é quem procure a verdade dos factos. E não me parece que Saramago tenha algum interesse em fazê-lo. Estou á espera para ver o que nos propõe como uma narrativa que parte de uma bela «história» (metáfora) da natureza humana. É que, na verdade, a primeira parte dos Génesis sem ser história - no verdadeiro sentido do termo - expressa bem o que é a nossa humanidade: a de ontem e a de hoje!