Ao celebrarmos o centenário do nascimento do Senhor Reitor do Seminário Menor da Figueira da Foz e ao olhar o seu busto no Correio de Coimbra, vem-me à memória a última vez em que o próprio Cónego Tomás Francisco Póvoa o pode olhar. Estava eu ao serviço do Seminário da Figueira e o Senhor Reitor já muito debilitado quando, para o «obrigar» a andar o convidei a ir até ao seu jardim - precisamente aquele onde se situa o seu busto. Com dificuldade, agarrado ao meu braço e à sua bengala, chegou ao jardim, parou frente ao busto, chorou e disse-me: «É a última vez que aqui venho!». Na verdade, continuou a fazer pequenas caminhadas pelo meu braço e, essencialmente, pelo braço das incansáveis empregadas do Seminário, a Senhora Júlia e a Menina Bina, nos corredores da casa do Senhor Bispo; mas voltar ao seu jardim, nunca mais voltou. Algum tempo depois acamava, confinado-se ao seu quarto até à sua partida para o Pai. Nunca mais esquecerei a expressão, a afabilidade e o sentimento de gratidão do Reitor para com os seus alunos - expressa no olhar e na comoção com que reconhecia o preito de amizade e carinho destes, presente naquele busto - o seu! - que pela última vez comtemplaria!