O Natal coloca-nos, uma vez mais – embora sempre de forma nova – diante do Mistério do Amor de Deus pelos homens. Na verdade, Deus não nos oferece a participação da Sua Divindade de forma distante, mas assume participar da nossa humanidade, tornando-se um de nós na pessoa do Filho, para nos elevar à condição divina. O nosso Deus é, efectivamente, um Deus profundamente comprometido connosco e com a nossa história. Salva-nos a partir do seio dos nossos condicionalismos – faz-se limite connosco para nos transfigurar consigo.
Assim sendo, duas atitudes se nos impõem, enquanto cristãos: a abertura à presença viva de Deus na nossa história pessoal e comunitária; e um compromisso novo com a humanidade redimida por Jesus Cristo feito carne. Em certo sentido, uma revalorização do Amor a Deus e do Amor ao próximo – coordenadas fundamentais do nosso agir de cristãos.
Num tempo em que o homem parece esquecer Deus, embora d’Ele careça como princípio e fim da sua existência, torna-se urgente regressar à comunhão de amor com Aquele que em Si nos oferece a vida plena. É uma necessidade do homem e não de Deus. Sob pena de o próprio homem se sentir solitário, desorientado, sem esperança e sem sentido para a vida que, por si, compreende já – quantas vezes – tanta desilusão, tanta solidão e tão profundos questionamentos. É o homem que necessita de contemplar o rosto de Deus para se redescobrir a si mesmo e as energias que dão futuro à sua vida, para redescobrir a esperança que plenifica a sua existência. Deus não força esta abertura; reclama-a apenas por amor ao próprio homem, para que este acolha o dom da vida que Aquele lhe oferece. Em tempo de Natal, o convite é a redescobrir o rosto de Deus e a deixarmo-nos contagiar pela vida que vem até nós! Isso pressupõe uma renovada abertura de coração para que o dom se nos comunique e em nós frutifique.
De igual forma, o tempo de Natal convida-nos a redescobrir o valor da vida humana, o seu sentido mais profundo – a sua dignidade – e o valor da comunhão entre os homens. Deus, em Jesus Cristo, compartilha connosco a existência humana para nos abrir à compreensão profunda do valor do outro, que jamais nos poderá ser indiferente. Assim sendo, as alegrias e esperanças, as inquietações e sucessos, as amarguras e as felicidades dos demais, numa vivência de verdadeira comunhão, hão-de ser também as nossas alegrias e as nossas esperanças, as nossas inquietações e os nossos sucessos. Mais ainda, o outro – como sugere Bento XVI, na sua Encíclica Sacramento de Caridade – há-de ser amado por nós com um coração semelhante ao de Deus. Ora, se Deus assume uma profunda compaixão pela nossa humanidade, como não havemos de assumir a mesma compaixão pelo destino dos nossos irmãos? Só assim o Evangelho se incarna na história humana e nos tornamos verdadeiros discípulos de Cristo. Não apenas na forma, mas no conteúdo! Jesus Cristo é dom e modelo. E é neste duplo sentido que havemos de O acolher.
Em tempo de Natal, propício para uma maior solidariedade com o outro, o cristão sente, mais vivamente, esta urgência da caridade! Que não se resume a este tempo, mas que se há-de prolongar por todos os tempos e contextos diversos.
Com este duplo desafio, que me imponho e vos proponho, quero desejar a todos um Santo Natal. Que signifique um verdadeiro nascimento de Cristo na vida e história de cada um e a redescoberta da humanidade nova que Ele mesmo – o Senhor feito Carne – inaugurou!
Pe. Carlos Alberto da Graça Godinho
Assim sendo, duas atitudes se nos impõem, enquanto cristãos: a abertura à presença viva de Deus na nossa história pessoal e comunitária; e um compromisso novo com a humanidade redimida por Jesus Cristo feito carne. Em certo sentido, uma revalorização do Amor a Deus e do Amor ao próximo – coordenadas fundamentais do nosso agir de cristãos.
Num tempo em que o homem parece esquecer Deus, embora d’Ele careça como princípio e fim da sua existência, torna-se urgente regressar à comunhão de amor com Aquele que em Si nos oferece a vida plena. É uma necessidade do homem e não de Deus. Sob pena de o próprio homem se sentir solitário, desorientado, sem esperança e sem sentido para a vida que, por si, compreende já – quantas vezes – tanta desilusão, tanta solidão e tão profundos questionamentos. É o homem que necessita de contemplar o rosto de Deus para se redescobrir a si mesmo e as energias que dão futuro à sua vida, para redescobrir a esperança que plenifica a sua existência. Deus não força esta abertura; reclama-a apenas por amor ao próprio homem, para que este acolha o dom da vida que Aquele lhe oferece. Em tempo de Natal, o convite é a redescobrir o rosto de Deus e a deixarmo-nos contagiar pela vida que vem até nós! Isso pressupõe uma renovada abertura de coração para que o dom se nos comunique e em nós frutifique.
De igual forma, o tempo de Natal convida-nos a redescobrir o valor da vida humana, o seu sentido mais profundo – a sua dignidade – e o valor da comunhão entre os homens. Deus, em Jesus Cristo, compartilha connosco a existência humana para nos abrir à compreensão profunda do valor do outro, que jamais nos poderá ser indiferente. Assim sendo, as alegrias e esperanças, as inquietações e sucessos, as amarguras e as felicidades dos demais, numa vivência de verdadeira comunhão, hão-de ser também as nossas alegrias e as nossas esperanças, as nossas inquietações e os nossos sucessos. Mais ainda, o outro – como sugere Bento XVI, na sua Encíclica Sacramento de Caridade – há-de ser amado por nós com um coração semelhante ao de Deus. Ora, se Deus assume uma profunda compaixão pela nossa humanidade, como não havemos de assumir a mesma compaixão pelo destino dos nossos irmãos? Só assim o Evangelho se incarna na história humana e nos tornamos verdadeiros discípulos de Cristo. Não apenas na forma, mas no conteúdo! Jesus Cristo é dom e modelo. E é neste duplo sentido que havemos de O acolher.
Em tempo de Natal, propício para uma maior solidariedade com o outro, o cristão sente, mais vivamente, esta urgência da caridade! Que não se resume a este tempo, mas que se há-de prolongar por todos os tempos e contextos diversos.
Com este duplo desafio, que me imponho e vos proponho, quero desejar a todos um Santo Natal. Que signifique um verdadeiro nascimento de Cristo na vida e história de cada um e a redescoberta da humanidade nova que Ele mesmo – o Senhor feito Carne – inaugurou!
Pe. Carlos Alberto da Graça Godinho