quinta-feira, 12 de junho de 2008

As volatilidades de Portugal!

Temos um país a dois ritmos: com uma crise económica e social poucas vezes vista; e um Europeu de Futebol que parece querer animar as «hostes». Este último factor até poderia servir de calmante ao primeiro. Na verdade, socialmente os portugueses vivem uma situação de aperto como poucas vezes experimentaram. Até porque as despesas do Estado não parecem baixar considerávelmente e o investimento não resulta, como esperado - a cada dia são mais as empresas a fechar portas ou a deslocalizar-se, deixando tanta gente no desemprego. Sem produção, e consequente aumento de exportações, não é possível avançar para lá deste limiar confrangedor. Mas a questão que mais me indigna é que alguns - poucos! - aproveitem «tão bem» do mal de muitos. Os combustiveis são disso um bom exemplo. Não bastam discursos justificativos, na tentativa de atirar poeira para os olhos dos consumidores. A Galp, por exemplo, neste tempo de crise, que se tem agravado desde o início do ano, aumentou, no mesmo período, em 175 milhões de euros os seus lucros (um acréscimo de 22,9%). Alguma coisa não está bem! Se as dificuldades existem deviam ser palpáveis para todos. Mas a verdade é que não são! E nem o Futebol - que tantos ânimos tem levantado - se inscreve neste quadro como certeza! Depois de todas as movimentação, quase idolatria de algumas pessoas, eis que elas dizem estar de passagem, mesmo antes de acabar os seus compromissos. É o caso do seleccionador nacional: pediu apoio, catapultou entusiasmos, e mesmo antes de acabar um campeonato deixa a certeza de que afinal se vai embora! Enfim... o que hoje é certeza, entusiasmo e alegria, amanhã será mera ilusão, sentimento vago de algo que animou, mas não respondeu às ânsias. É esta a volatilidade da vida! E é esta, também, a volatilidade deste Velho Portugal! Se não se enraizar sólidamente naquilo que pode ser uma esperança segura de futuro - de crescimento, de justiça social, de investimento, de seriedade política, económia, social e cultural, não almejará grande fututro. Vivamos o efémero (eu também o vivo!), mas conscientes que é efémero! Fortaleçamos o que é seguro, para dar futuro a Portugal.