terça-feira, 13 de maio de 2008

D. João Lavrador

Expressava aqui, no ano passado, a minha alegria por ver elevados ao Episcopado os Srs. D. António Couto e D. Anacleto Oliveira. Hoje, cabe-me expressar a minha alegria pela nomeação Episcopal de D. João Lavrador. Se os primeiros me marcaram enquanto professores de Teologia, D. João Lavrador foi mais um colega com quem pude partilhar alguns momentos da minha vida, particularmente durante a minha presença habitual em Coimbra, enquanto frequentava a Faculdade de Letras da Universidade. Foram sempre momentos muito proveitosas e, sobretudo, afáveis as conversas à hora de almoço. É curioso que descobri no agora D. João Lavrador o colega amigo que noutros contextos não pude conhecer. O seu trabalho pastoral não me permitiu conhecê-lo. Nem mesmo a sua passagem pelo Seminário, pois entrou como perfeito e, logo, como Reitor, quando eu saía, terminando o meu curso de Teologia.
Estes anos de Coimbra permitiram-me outra proximidade, outra amizade e outro carinho pelo Pe. João Lavrador.
Além disso, apreciei sempre o seu esforço empenhado na coordenação do trabalho pastoral a nível diocesano e a nível da pastoral universitária. Indiscutível é que foi abnegado na sua doação, assumindo todos os trabalhos necessários, numa grande disponibilidade.
Rendo-lhe, por isso, a minha homenagem e congratulo-me com ele nesta nova estapa da sua vida. Mais: peço a Deus que o cumule com as suas bençãos, nesta hora em que é chamado a servir com mais profunda responsabilidade a Igreja de Cristo e a servir os irmãos numa total doação. Ser Bispo é ser servo à imagem de Cristo. Se todos olhamos e nos congratulamos com a sua escolha para este ministério, não podemos deixar de o lembrar nesta hora de novo desafio, em que é chamado a servir no total desprendimento de si. "Fiz-me tudo para todos" - dizia São Paulo. Ser Bispo é isto: ser tudo para todos! A tarefa reveste-se, por isso, de maiores exigências. Caro D. João Lavrador, fica aqui o meu testemunho de amizade, a certeza da minha oração, e a manifestação da minha alegria. Ainda que lho tenha manifestado pessoalmente, este pode ser um espaço de reconhecimento e de partilha, com tantos irmãos, e de testemunho público, da comunhão que sempre nos há-de unir enquanto servidores de uma mesma Igreja. Que o serviço que agora assume possa ser particular fonte de profunda alegria. E que as provas nada sejam diante da certeza de servir a causa do Evangelho, comungando «as alegrias, as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens do nosso tempo», como refere a Gaudium et Spes, nº 1.