Vale a pena relembrar os desafios feitos por Bento XVI aos Bispos Portugueses, aquando da visita ad sacra limina. De todo o discurso do Papa, retenho os dois elementos seguintes:
1 - «É preciso mudar o estilo de organização da comunidade eclesial portuguesa e a mentalidade dos seus membros para se ter uma Igreja ao ritmo do Concílio Vaticano II, na qual esteja bem estabelecida a função do clero e do laicado, tendo em conta que todos somos um, desde que fomos baptizados e integrados na família dos filhos de Deus, e que todos somos corresponsáveis pelo crescimento da Igreja.
Esta eclesiologia da comunhão no caminho aberto pelo Concílio, à qual a Igreja Portuguesa se sente particularmente interpelada na sequência do Grande Jubileu, é, meus amados Irmãos, a rota certa a seguir».
2 - «Tendo em conta o número cada vez maior de cristãos não praticantes nas vossas dioceses, talvez valha a pena verificar "a eficácia dos actuais processos de iniciação, para ajudar cada vez mais o cristão, pela acção educativa das nossas comunidades, a amadurecer cada vez mais até chegar a assumir na sua vida uma orientação autenticamente eucarística, de tal modo que seja capaz de dar razão da própria esperança de maneira adequada ao nosso tempo" (Exort. ap. pós-sinodal Sacramentum Caritatis)».
In Lumen (Novembro-Dezembro de 2007)
São duas directivas bem concretas dirigidas á Igreja Portuguesa. Importa, agora, que estas palavras não passem na volatilidade do tempo e que sejam âncora para uma programação eclesial assente em objectivos bem concretos. E estes são dois desafios maiores!