Ao confrontar-me com algumas afirmações, seja na televisão, num ou noutro escrito, ou particularmente atento à realidade que me envolve – sem pretensão nenhuma da minha parte! -, sinto que a nossa maior dificuldade, de ministros da Igreja, é a de dar resposta aos grandes desafios que nos são colocados: a problemática da Fé e as «razões» para acreditar; a Moral; o significado da Igreja e sua missão… etc. etc.…
Sinto que no momento em que vivemos se cruzam duas orientações, como dois caminhos que teimam em não se cruzar: as preocupações imediatas da Igreja e as principais questões que se colocam aos nossos contemporâneos!
Nós, homens de Igreja, vivemos assoberbados por um conjunto de tarefas pastorais a que temos de dar resposta, quase maquinalmente programados para responder a tudo, segundo as exigências dos nossos serviços. Os nossos contemporâneos (mesmo que nem todos, num imediatismo que persiste!) debatem-se com questões de fundo: razões para a sua fé, para a sua esperança; reclamando – mesmo que de forma passiva! – uma outra presença de Igreja: mais credível; mais atenta às preocupações de fundo; capaz de responder às suas inquietações; em suma, portadora de razões para acreditar.
Mas responder às inquietações dos nossos contemporâneos pressupõe capacidade de parar para os ouvir; capacidade de escuta das suas aspirações; capacidade de entender as suas dúvidas, as suas incertezas (ou certezas!); capacidade de ler o mundo que nos rodeia.
Mas responder às inquietações dos nossos contemporâneos pressupõe capacidade de reflectir, de aprofundar conhecimentos, de renovar conceitos, de ser credível nas nossas intervenções. O mundo de hoje, na clivagem de ideias, não se compadece de respostas feitas e prontas a servir. Tem de haver convicção, conhecimento, razoabilidade.
Este é o maior desafio que nos é feito!
Em tempo pascal, tomando como leitura os Actos dos Apóstolos – leitura que se renova em cada dia, na Eucaristia – vemos como os discípulos instituíam novos ministérios para eles se de dedicarem à pregação. Nunca descuraram a sua tarefa primordial! Não deixa de ser para mim um questionamento esta atitude! E como respondemos nós às inquietações do nosso tempo? E o que privilegiamos na nossa acção pastoral?
Mais: o que privilegiam os nossos Bispos? O que esperam dos seus padres? O que exigem como tarefa primordial? Uma atitude primária de resposta ao imediato, na voracidade de exigências com que se deparam, ou uma atitude mais profunda de leitura dos tempos e da Palavra que lhes foi confiada, no dia da ordenação, para a anunciarem?
Estas são inquietações pessoais!
Bem sei que uma outra se sobrepõe, e que o mundo hodierno exige de sobremaneira – a autoridade da santidade! A verdadeira autoridade! Todavia, para sermos credíveis não podemos passar ao lado dos homens do nosso tempo. Bem pelo contrário: temos de os conhecer, de os ouvir profundamente, de ler as suas inquietações mais íntimas; para, então sim, responder: de forma credível, autorizada, convicta e esclarecida. Mas isto pressupõe a humildade da procura, a atitude de renovação das linguagens; a capacidade de nunca cristalizar, sob pena de falar ao homem de hoje imerso na consciência do homem de ontem.
Sinto que no momento em que vivemos se cruzam duas orientações, como dois caminhos que teimam em não se cruzar: as preocupações imediatas da Igreja e as principais questões que se colocam aos nossos contemporâneos!
Nós, homens de Igreja, vivemos assoberbados por um conjunto de tarefas pastorais a que temos de dar resposta, quase maquinalmente programados para responder a tudo, segundo as exigências dos nossos serviços. Os nossos contemporâneos (mesmo que nem todos, num imediatismo que persiste!) debatem-se com questões de fundo: razões para a sua fé, para a sua esperança; reclamando – mesmo que de forma passiva! – uma outra presença de Igreja: mais credível; mais atenta às preocupações de fundo; capaz de responder às suas inquietações; em suma, portadora de razões para acreditar.
Mas responder às inquietações dos nossos contemporâneos pressupõe capacidade de parar para os ouvir; capacidade de escuta das suas aspirações; capacidade de entender as suas dúvidas, as suas incertezas (ou certezas!); capacidade de ler o mundo que nos rodeia.
Mas responder às inquietações dos nossos contemporâneos pressupõe capacidade de reflectir, de aprofundar conhecimentos, de renovar conceitos, de ser credível nas nossas intervenções. O mundo de hoje, na clivagem de ideias, não se compadece de respostas feitas e prontas a servir. Tem de haver convicção, conhecimento, razoabilidade.
Este é o maior desafio que nos é feito!
Em tempo pascal, tomando como leitura os Actos dos Apóstolos – leitura que se renova em cada dia, na Eucaristia – vemos como os discípulos instituíam novos ministérios para eles se de dedicarem à pregação. Nunca descuraram a sua tarefa primordial! Não deixa de ser para mim um questionamento esta atitude! E como respondemos nós às inquietações do nosso tempo? E o que privilegiamos na nossa acção pastoral?
Mais: o que privilegiam os nossos Bispos? O que esperam dos seus padres? O que exigem como tarefa primordial? Uma atitude primária de resposta ao imediato, na voracidade de exigências com que se deparam, ou uma atitude mais profunda de leitura dos tempos e da Palavra que lhes foi confiada, no dia da ordenação, para a anunciarem?
Estas são inquietações pessoais!
Bem sei que uma outra se sobrepõe, e que o mundo hodierno exige de sobremaneira – a autoridade da santidade! A verdadeira autoridade! Todavia, para sermos credíveis não podemos passar ao lado dos homens do nosso tempo. Bem pelo contrário: temos de os conhecer, de os ouvir profundamente, de ler as suas inquietações mais íntimas; para, então sim, responder: de forma credível, autorizada, convicta e esclarecida. Mas isto pressupõe a humildade da procura, a atitude de renovação das linguagens; a capacidade de nunca cristalizar, sob pena de falar ao homem de hoje imerso na consciência do homem de ontem.
Pe. Carlos Alberto da Graça Godinho